spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
27.3 C
São Gonçalo do Amarante
spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Goiânia: 38 anos do maior acidente radiológico do Mundo

Agora em setembro, será lembrado os 38 anos do maior acidente radiológico do mundo ocorrido fora de instalações nucleares com a contaminação desenfreada por Césio 137. Na ocasião, no dia 13 de setembro de 1987, a cidade de Goiânia, no estado de Goiás, foi o palco da tragédia que resultou na morte de quatro pessoas e que deixou mais de 600 contaminadas com diferentes níveis de exposição ao elemento radioativo.

De acordo com informações da época, divulgadas em jornais, tv´s e rádios, o acidente teve início após dois catadores de lixo venderem as peças de um aparelho de radioterapia, descartado de forma irregular pelo antigo Centro Goiano de Radioterapia, em um ferro-velho no centro da capital goianiense.

Devair Ferreira, dono do ferro-velho, abriu a peça para aproveitar o chumbo que havia em seu revestimento, e dentro dela, encontrou um pó que emitia um brilho na coloração azul. “Totalmente inocente, o proprietário do ferro-velho continuou explorando o material sem saber que estava manuseando 19,26 gramas de cloreto de Césio-137.

Daquele momento em diante, teve início o pesadelo que levou a morte de quatro pessoas e causou a contaminação de mais de 600, levando Goiânia para o noticiário internacional de para as tristes histórias de contaminação de populações”, explicou o presidente do Conselho Regional de Técnicos em Radiologia do RN e PB (CRTR16), Fontaine Araújo.

Caixões de chumbo

Os quatro mortos foram Leide das Neves Ferreira, de 6 anos, que se contaminou ao comer um ovo cozido com as mãos sujas daquele pó azul, Maria Gabriela Soares, de 37 anos, esposa de Devair e uma das primeiras expostas à radiação, morreram no Hospital Naval Marcílio Gomes, no Rio de Janeiro, no dia 23 de outubro de 1987.

Além delas, dois funcionários de Devair, Israel Batista dos Santos, de 20 anos, e Admilson Alves de Souza, de 18 anos, também morreram no mesmo mês. “Os corpos foram colocados em caixões de chumbo por precaução, visto que havia muita radiação nos quatro. O enterro das vítimas foi muito tenso e teve protestos por parte da população local, que criticou que os corpos das vítimas fossem enterrados em Goiânia”, lembrou o presidente do CRTR16.

De acordo com a Associação das Vítimas do Césio 137, até o ano de 2012, mais cem pessoas morreram em decorrência da contaminação por Césio, incluindo Devair Ferreira, que morreu em 1994 de cirrose hepática, mas em seu laudo cadavérico veio a indicação de câncer em três órgãos; e Ivo Ferreira, irmão de Devair e pai de Leide, que morreu de enfisema pulmonar em 2003.

Nível 5

O acidente em Goiânia foi classificado como de nível 5 (acidentes com consequências de longo alcance) na Escala Internacional de Acidentes Nucleares, que vai de zero a sete, em que o menor valor corresponde a um desvio, sem significação para segurança, enquanto no outro extremo estão localizados os acidentes graves.

“Depois desse trágico episódio, o Brasil e o mundo passaram por rígidos controles em seus acervos radiológicos. Algumas medidas de segurança foram implementadas aqui no Brasil para a prevenção de acidentes na mesma magnitude do de Goiás, como a criação de normas específicas para uso, armazenamento, transporte e descarte de materiais radioativos.

Normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), como a CNEN-NN-6.05 de segurança Radiológica. Além disso, a comissão passou a ter um papel fiscalizador e normativo, atuando na autorização, inspeção e fiscalização de atividades com materiais radioativos no país”, finalizou o presidente do CRTR16, Fontaine Araújo.

Foto: Arquivo Histórico estadual de Goiás.

Assessoria de imprensa do Conselho Regional de Técnicos em Radiologia do RN e PB (CRTR16)

(84) 9.9986-7476

Paulo Correia

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Nossas Redes Sociais

0FãsCurtir
0SeguidoresSeguir
0InscritosInscrever
- Meu site criado aqui -spot_imgspot_img

Últimas Postagens