Uma estudante da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) denunciou ter sido vítima de um assalto com sequestro dentro do campus universitário em Natal, na noite de 9 de abril.
Segundo relato da vítima, ela estava saindo do campus por volta das 22h e se preparava para entrar em seu carro, no estacionamento do setor de Biociências, quando foi abordada por um homem armado. O criminoso a obrigou a sentar no banco do passageiro com a cabeça abaixada e fez ameaças. Durante o sequestro, ele transferiu R$ 400 via Pix do celular da estudante e a forçou a apagar um aplicativo de rastreamento.
“Ele fez ameaças explícitas, dizendo que, se a polícia fosse acionada, voltaria para me encontrar dentro da universidade”, relatou a estudante.
Após alguns minutos, ela foi libertada em uma área de matagal em Ponta Negra. O criminoso fugiu com o carro e outros pertences da vítima. Moradores da região a ajudaram a entrar em contato com o pai, e um boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia de Plantão da Zona Sul de Natal.
De acordo com Kivia Moreira, coordenadora do Movimento de Mulheres Olga Benário, na UFRN, no dia seguinte, houve uma tentativa de sequestro semelhante. Um homem de carro teria abordado uma estudante pedindo informações e, em seguida, ordenado que ela entrasse no veículo. Ela se recusou e foi seguida por ele até conseguir abrigo no restaurante universitário, onde não encontrou vigilantes. Depois, foi para uma parada de ônibus, onde permaneceu com outros estudantes até o suspeito ir embora.
Esses episódios ocorreram na mesma semana em que alunos denunciaram casos de importunação sexual dentro dos ônibus circulares que atendem o campus. Até o dia 9 de abril, cerca de 20 boletins de ocorrência haviam sido registrados, e a Ouvidoria da UFRN confirmou ter recebido ao menos 29 denúncias. A Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) abriu inquérito para investigar.
O que diz a UFRNA Ouvidoria da UFRN informou que foi notificada tanto sobre os casos de importunação sexual nos ônibus quanto sobre o sequestro-relâmpago. Segundo a instituição, as rondas de segurança foram intensificadas e os casos estão sendo acompanhados pelas autoridades policiais.
Sobre os ônibus circulares, a ouvidora Maria das Vitórias Almeida de Sá esclareceu que a linha, embora atenda a UFRN, é de uso público, não exclusiva para estudantes.
Ela explicou que as denúncias recebidas são encaminhadas aos setores responsáveis para apuração e criação de um plano de ação em apoio à polícia. A universidade também confirmou que o caso do sequestro foi registrado como assalto e reforçou que, apesar dos esforços, não está imune a problemas de segurança pública.
Com informações do g1 RN
