O presidente do União Brasil no Rio Grande do Norte, ex-senador José Agripino, nem esteve no almoço oferecido por Rogério Marinho (PL), na última quarta-feira (22), e nem quis falar sobre o assunto. “Não vi não. Não ouvi. Eu só poderia opinar se eu tivesse ouvido. Não é texto de A ou B não. Eu acho que eu tenho experiência suficiente para depreender as intenções”, colocou em rápida conversa com o Diário do RN. Procurado pela reportagem, o ex-senador, mesmo assim expressou, em poucas palavras, o posicionamento dele em relação ao apelo de Marinho pela união da oposição para a eleição de 2026.“Mas o que aconteceu pelo que eu vi, foi uma coisa normal, de qualquer liderança política que queira se relacionar, uma mensagem positiva, de desejo de confluência. Na essência, o fato dele ter feito a reunião que fez, faz parte da prática política, é normal. Ele fez bem em fazer isso”, opinou Agripino.
O presidente estadual e secretário nacional do PL, senador Rogério Marinho, reuniu aliados políticos nesta quarta-feira (22), na praia de Buzios. Em discurso na ocasião, o líder da oposição no Senado manteve a pré-candidatura, colocou o nome de Styvenson Valentim (Podemos), mas colocou Álvaro Dias (Republicanos) como nome “talhado” para a tarefa de governar o Rio Grande do Norte. Antes citado pelo senador do PL, o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (UB) não foi citado desta vez por Marinho. Allyson Bezerra é filiado ao União Brasil de José Agripino.
Sobre o assunto, Agripino reiterou que não iria falar sobre isso. “Eu não vi o discurso dele.Eu não vou comentar A, B, C. Não vou não”, ratificou. O mesmo comportamento se deu quando questionado sobre o nome de Álvaro ter sido apontado como o ideal.
Em última entrevista concedida ao Diário do RN, no dia 31 de outubro de 2024, ele apontou Allyson como “a grande novidade” na política potiguar. “Eu diria que é a grande novidade da política do Estado do Rio Grande do Norte. É um administrador consagrado, um político consagrado e uma pessoa com o futuro político, pela idade que tem, muito promissor pela frente”.
Entretanto, não quis apontar nenhum nome. De acordo com o senador, as pesquisas é que deverão indicar o nome a ser escolhido na confluência “do centro, da direita e da extrema direita”, segundo ele. A pesquisa, de acordo com Agripino, é “agir com a sensatez do que traduz uma pesquisa”.
“É o que eu estou propondo. Propondo. Não é o que eu acho vai definir ou não vai definir. Eu pretendo conversar com todos os pleiteantes, já que eu não sou candidato, e propor isso, uma estratégia, uma conduta para unir o centro com a direita e a extrema direita. A conduta é você agir com a sensatez do que traduz uma pesquisa. A pesquisa traduz sentimento popular. Agora, quem vai decidir isso? Os protagonistas, os eventuais candidatos. Se eles toparem, nós estamos com o caminho feito. Se eles não toparem, a gente discute o que é que eles querem, qual é o caminho para unir esse grupo que ganhou a eleição em Natal”, ressaltou.
O posicionamento é diferente da que vem sendo defendido por Marinho. Para o secretário do PL, “a dinâmica do processo eleitoral tem a ver com essa popularidade que o cidadão tem que ter, mas também com a formação do grupo político e a mensagem que você vai ter e a tração natural que a campanha proporciona”. A posição foi explicada em entrevista à 98 FM, na semana passada.Uma outra divergência de posicionamento do ex-senador Agripino com o senador Marinho é sobre a abertura do grupo para o diálogo com Zenaide Maia. Rogério tem afirmado nos bastidores que o PL não considera a possibilidade de subir ao palanque no RN com a vice-líder do Governo Lula no Senado. Já Agripino afirma que não há “nenhuma trava”.
“O União Brasil está aberto a conversar com quem queira conversar com o União Brasil. Zenaide Maia é uma pessoa com quem eu me dou bem. Com ela, com o marido dela. São assuntos em aberto e sem nenhuma trava”, disse.
Zenaide Maia (PSD) tem evitado o assunto, mas não descarta a abertura do diálogo com todos os grupos. O marido da senadora, Jaime Calado (PSD), prefeito de São Gonçalo do Amarante, já afirmou que o grupo “não tem preconceito nem com a direita, nem com a esquerda”.
Diário do RN