Jean Paul revela “frustração”, mas diz que se PT quiser, pode ser Candidato

O ex-presidente da Petrobras e ex-senador Jean Paul Prates mudou o tom da declaração que havia dado ao jornal O Globo, quando afirmou taxativamente que não disputaria mais nenhum cargo político. Em entrevista à agência Saiba Mais, ele afirmou que “não pretende disputar nada”, mas que “se o partido quiser”, seu nome está à disposição para as eleições de 2026.

“Eu vim para a política para ser convocado para missões, não sou dono da minha própria vida nesse aspecto. O meu técnico é o partido [PT]. O partido me deu um recado: fique aí no banco de reservas. Então, por que vou me colocar como candidato? Agora, se o partido quiser, estarei onde estou, nunca fechei porta nenhuma”, declarou.

O ex-senador disse que foi para o “banco de reservas” após ser demitido da Petrobras, em maio desse ano, sem que ninguém tenha lhe “oferecido nada” no governo federal. Ele afirmou que, apesar do tratamento recebido, não ficou magoado, mas sim “decepcionado”.“Foi uma decepção com algumas pessoas que me cercavam na Petrobras, mas depois da minha saída desapareceram.

Eu sou um quadro do partido, fui líder da oposição no Senado Federal [durante o governo Bolsonaro], atingi uma certa notoriedade no partido, participei da [construção da] PEC da Transição [em 2022]”, disse, elencando uma série de ações que, na opinião dele, o credenciariam para ser reaproveitado no governo federal.

Jean Paul revelou que sua decepção não foi com lideranças do PT do Rio Grande do Norte, como a governadora Fátima Bezerra, com que mantém uma relação próxima de amizade, mas sim com figuras nacionais que “desapareceram”, segundo ele, apesar de não querer citar nomes.

Ele ressalvou que o ministro Fernando Haddad (Economia) não está na sua lista de decepções, inclusive porque “foi o único que mencionou meu nome na posse da nova presidente da Petrobras”. O senador também contou que o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, também “foi muito parceiro”.

“Tive um papel importante, exerci uma liderança importante, trabalhando com discrição. Quando saí do cargo, que era um cargo do PT, tinha certeza que tinha a confiança do presidente Lula”, queixou-se.Apesar da “decepção”, Jean assegurou que continuará filiado ao PT. “Quando saí da minha asa sozinho para me filiar, minha vida política passou a pertencer ao partido. Não vou pedir cargo ao partido, minha sobrevivência não depende disso. Faço política porque gosto”, enfatizou.

Em relação à sucessão estadual de 2026, o ex-senador disse que está “acompanhando o quadro” à distância, tentando não se “contaminar”, porque não quer se “comprometer com ninguém”. “Preciso observar, esse é o momento de fazer isso, não se colocar como candidato”.Jean, porém, defendeu abertamente a candidatura do vice-governador Walter Alves (MDB) à sucessão da governadora Fátima Bezerra (PT), que na opinião dele “merece um mandato no Senado Federal”.

“Esse é o acordo que foi feito”, disse, referindo-se à aliança fechada em 2022 para que Walter compusesse a chapa à reeleição de Fátima, com o compromisso de que o vice-governador teria o apoio do PT para suceder a governadora em 2026.“Naturalmente, Walter tem se qualificado para ocupar o espaço do resto de mandato e concorrer à reeleição, mas previsa começar a trabalhar já”, alertou.

“Fátima merece mais um mandato no Senado, porque fez uma boa gestão, muito difícil, mas ela é uma boa gestora, trabalha muito. O mínio que o povo do RN pode fazer para retribuir é dar a ela um mandato no Senado, para ajudar o governo federal e o RN. Não tenho dúvida nenhuma que ela será candidata a senadora, a não ser que pessoalmente ela diga que não quer, mas ela tem o direito de concorrer”, avaliou.

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