A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma das condições respiratórias mais graves e prevalentes em todo o Mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a DPOC foi a terceira maior causa de morte global em 2019, responsável por 3,23 milhões de óbitos. No Brasil, a doença ocupa o quinto lugar entre as causas de morte, com uma taxa de mortalidade de 51,5 a cada 100 mil habitantes entre 2010 e 2018, segundo dados do Ministério da Saúde.
Ainda assim, a conscientização sobre a doença é limitada e o diagnóstico precoce, raramente acontece. Estima-se que cerca de sete milhões de brasileiros convivam com a DPOC, mas apenas 12% dos casos são diagnosticados, e menos de 20% dos pacientes seguem tratamento, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).
A DPOC é uma síndrome que engloba a bronquite crônica e o enfisema pulmonar.Ambas as condições causam estreitamento persistente das vias aéreas e lesões nas estruturas pulmonares. De acordo com a pneumologista Suzianne Lima, do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL/Ebserh), o impacto dessa perda é significativo. “A DPOC provoca um estreitamento persistente das vias aéreas e destruição dos alvéolos, que são essenciais para a troca de oxigênio. Esse comprometimento causa sintomas debilitantes, como falta de ar e cansaço extremo”, explica.
Os sintomas incluem tosse persistente, chiado no peito, cansaço e falta de ar progressiva, que começa com atividades físicas intensas e pode evoluir para dificuldades em tarefas simples, como subir escadas ou tomar banho. O pneumologista Sérvulo Júnior (HUOL/Ebserh) reforça que a evolução da doença é lenta, mas implacável.
“Os pacientes demoram a buscar ajuda porque acreditam que o cansaço é normal. Quando percebem que a falta de ar afeta tarefas cotidianas, a doença já está avançada”, alerta.