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Natal está entre capitais que não fazem ultrassom de emergência em UPAs

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Natal está entre as 23 capitais brasileiras, além do Distrito Federal, que não fazem ultrassom de emergência em suas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), segundo levantamento do jornal Folha de São Paulo. No Brasil, apenas Salvador (9 aparelhos), São Paulo (4 aparelhos) e Belo Horizonte (4 aparelhos) possuem o equipamento que é necessário em casos que envolvem risco de morte, como parada cardiorrespiratória, politraumatismo e insuficiência respiratória.

Ao todo, Natal possui quatro UPAs: Pajuçara, Potengi, Cidade da Esperança e Satélite. Porém, quando é constatada a necessidade de ultrassonografia, o paciente é regulado em clínicas conveniadas junto ao município para realizar o procedimento e, em caso de urgência, a regulação é feita junto ao Governo do Estado, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde.“O único tipo de exame de imagem com ultrassom que se faz hoje na rede municipal de Natal é a ultrassonografia transvaginal, na Maternidade Araken.

Nas UPAs os únicos exames de imagem com os quais a gente conta são os aparelhos de raio-X, que são imagens nas quais só vemos a parte óssea. Em algumas UPAs, inclusive, os aparelhos de raio-X estão quebrados e o número de profissionais habilitados para fazer esse tipo de função é muito baixo. Aliás, esses 39 profissionais não recebem insalubridade, a Prefeitura descumpre isso“, denuncia Erica Kaiowá, que faz parte da direção do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde/ RN).

O equipamento de ultrassom é importante para garantir um diagnóstico preciso, o que é indispensável nos casos em que a (o) médica (o) tem poucos segundos para salvar a vida de um paciente. Com o aparelho, a primeira equipe que faz o atendimento já consegue fazer o diagnóstico, sem ter que deslocar o paciente para uma sala específica de ultrassonografia.

“Poderia salvar uma pessoa de uma apendicite estrangulada, por exemplo, com uma ultrassonografia abdominal total. A pessoa chega de forma agudizada na UPA com muita dor. Geralmente elas sabem que estão com processo infeccioso por causa do exame sanguíneo, mas não tem a confirmação por exame de imagem, o que dificulta e atrasa a transferência desse paciente para outro local, algum hospital do estado para fazer o exame e acaba que muita gente morre“, revela a diretora do Sindsaúde/ RN.

No Rio Grande do Norte, os hospitais Monsenhor Walfredo Gurgel, Deoclécio Marques de Lucena, Santa Catarina, Hospital da Mulher, Hospital Regional de Caicó, o Maria Alice Fernandes e o Tarcísio Maia, possuem o aparelho, cujo método de fazer ultrassom à beira do leito é conhecido como Pocus (point-of-care ultrasound, que é traduzido como ultrassonografia direto ao ponto).

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