A obra de requalificação da Ponte de Igapó, equipamento fundamental para a mobilidade entre a zona Norte e outras regiões de Natal, teve sua previsão de conclusão adiada para maio de 2025, o que pode estender ainda mais os transtornos para a população local. Iniciada em setembro de 2023, a intervenção, que tinha previsão inicial de conclusão para janeiro de 2025, agora chegará a 20 meses de obras. A informação foi confirmada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Desde o início das obras, um lado da ponte foi fechado, direcionando o fluxo de tráfego no sentido zona Norte-Centro. No último sábado (27), o tráfego foi revertido para o lado oposto, resultando em novas complicações. Conforme constatado pela reportagem da TRIBUNA DO NORTE, os serviços no lado liberado ainda não foram totalmente concluídos, incluindo a ausência de recapeamento em uma das faixas.Francisco de Assis, 66 anos, pedreiro e residente do bairro Nordeste, compartilha sua frustração: “A situação é difícil demais, como eu sou encarregado de obras passo muito por aqui e é sempre um teste para a paciência. Agora ainda mais essa de que só vai terminar em maio do ano que vem é para desanimar de vez”. Francisco destaca que a infraestrutura da cidade sempre foi um desafio. “A gente precisa das vias em bom estado para conseguir chegar nos lugares. Esse atraso só piora tudo”, comenta.Manoel Vicente, 66, mora no Igapó e relata que os transtornos afetam até mesmo suas consultas médicas. “Preciso atravessar a ponte para ir ao médico, fazer exames. Cada ida é um sofrimento, um tempo enorme no trânsito. Quando eu tenho que passar por aqui eu confesso que às vezes vou a pé porque é mais rápido. Aproveito que estou me recuperando de uma queda de bicicleta e dou uma caminhada, mas realmente é um estresse muito grande”, diz.
O motorista de aplicativo Francimário Medeiros, 54, mudou a rotina devido aos problemas no tráfego. “Eu morava na zona Norte, mas me mudei para o Pitimbu para evitar esse trânsito caótico. Antes, eu passava horas no congestionamento, o que afetava muito meu trabalho. É uma morosidade que a gente não entende. Uma obra dessas durar quase dois anos é inacreditável”, relata. Francimário, que trabalha como motorista há seis anos, ressalta que o tempo gasto no trânsito impacta diretamente seus ganhos. “Mais tempo aqui significa menos corridas. Eu evito muito passar aqui”, explica.Josafá Lima, 65 anos, auxiliar de serviços gerais e morador do Conjunto Vale Dourado, enfrenta o desafio diário de usar a bicicleta para ir ao trabalho no Tirol. “É complicado porque tenho medo de sofrer um acidente. O trânsito está cada vez mais perigoso”, afirma.O DNIT afirmou, por meio de nota, que “o valor da obra é de aproximadamente R$ 20,8 milhões. A obra segue o cronograma e a previsão de finalização dos serviços é maio/2025”. O Departamento também disse que “permanece a restrição de passagem para veículos de passeio nos horários das 6h às 8h, priorizando assim o transporte público”Em abril deste ano, a TN reportou que, em oito meses, a obra tinha avançado apenas 24%, com um custo estimado de R$ 20 milhões. As intervenções incluem a restauração e o reforço de estacas, bolos e pilares; substituição asfáltica e de aparelhos de apoio; reforço de vigas; dentre outros.