Em Natal, a solidariedade ganhou força e forma concreta por meio do Banco de Alimentos da Secretaria Municipal do Trabalho e Assistência Social (Semtas). Em apenas sete meses, a iniciativa já arrecadou e distribuiu 72 toneladas de alimentos a 79 instituições socioassistenciais, garantindo alimentação segura e contínua a milhares de famílias em situação de vulnerabilidade.
O programa atua como um elo eficaz entre quem pode doar e quem precisa receber. São alimentos que perderam valor comercial, mas seguem próprios para o consumo — recolhidos de supermercados, produtores, eventos e doações da população. Após passarem por triagem e avaliação nutricional, os itens são encaminhados a entidades cadastradas.
Atualmente, uma equipe formada por 10 profissionais atua integralmente na operação do Banco, cuidando de todo o processo: captação, seleção, armazenamento e distribuição. O trabalho é acompanhado por nutricionistas que orientam as instituições sobre o uso adequado dos alimentos, otimizando o aproveitamento e assegurando qualidade nutricional.
Para a secretária municipal de Trabalho e Assistência Social, Nina Souza, o Banco de Alimentos é um símbolo da força coletiva da cidade.
“Estamos falando de milhares de pessoas com acesso garantido à alimentação por meio de um esforço conjunto entre poder público, sociedade civil e setor privado. Esse é um compromisso que Natal assume com seriedade: enfrentar a fome com eficiência e humanidade.
”Mais do que números, o programa carrega histórias. Renata de Freitas, coordenadora da ocupação Padre Tiago Theisen, relata o impacto direto nas comunidades que representa.
“Hoje, cerca de 3 mil pessoas das sete ocupações ligadas ao Movimento de Luta por Moradia Popular são beneficiadas com as doações. É isso que garante uma refeição digna na mesa dessas famílias.”Outro exemplo é a Casa do Bem, na comunidade de Mãe Luiza. Para a coordenadora Vânia Torres, as entregas representam mais do que alimento:
“A parceria com o Banco tem feito diferença real. Já conseguimos apoiar mais de 300 famílias. Isso é mais do que comida: é dignidade, é esperança de dias melhores.
”A diretora do Departamento de Segurança Alimentar, Marlene Ramalho, reforça que os resultados são fruto da colaboração entre equipes técnicas, parceiros e voluntários. “O que move o Banco é a solidariedade organizada. Cada doação, cada gesto, constrói um impacto coletivo que transforma realidades.
”Entre essas pessoas está Anderson Silva, voluntário do programa. “Estar aqui é uma troca. Eu ajudo, aprendo, cresço. O Banco de Alimentos me fortalece também”, conta.
Administrado pela Semtas, o Banco funciona em regime de total transparência, com parceiros recebendo relatórios periódicos sobre a destinação dos alimentos. O programa segue crescendo e fortalecendo sua rede de apoio, mostrando que o que antes seria descartado pode se transformar em dignidade à mesa.